Falar sobre inclusão escolar é falar sobre vida, dignidade e pertencimento. E, infelizmente, essa ainda é uma luta diária para milhares de famílias no Brasil.
De acordo com o Censo Escolar 2023, mais de 1,5 milhão de estudantes com deficiência, autismo, TDAH e outras condições estão matriculados na educação básica. O número cresce, o que parece avanço, mas a pergunta que fica é: essa matrícula garante de fato a inclusão?
A verdade é que não. Muitas famílias ainda ouvem frases como “aqui não temos estrutura”, “seu filho precisa de uma escola especial” ou “ele não acompanha”. E por trás dessas falas está uma sociedade que, infelizmente, ainda não entendeu que inclusão não é um favor, não é caridade e muito menos uma questão de escolha. Inclusão é direito. Tá na Lei Brasileira de Inclusão (LBI – nº 13.146/2015) e na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que o Brasil assinou e se comprometeu a cumprir.
Só que, na prática, o que a gente vê são famílias precisando ensinar às escolas como incluir, enquanto lidam com o próprio luto, as adaptações, as inseguranças e, muitas vezes, o cansaço de precisar lutar o tempo todo.
Os desafios são muitos. 65% dos professores no Brasil dizem não se sentirem preparados para trabalhar com alunos com deficiência, segundo uma pesquisa do Instituto Rodrigo Mendes. E a gente sente isso na pele. Falta formação, falta acessibilidade, faltam recursos, falta apoio. E, principalmente, falta vontade de entender que quem precisa se adaptar não é a criança. É o ambiente. É a escola. É a sociedade.
Mas também é verdade que quando a escola decide se transformar, todo mundo ganha. Porque uma escola inclusiva não faz bem só pra quem tem deficiência. Faz bem pra todo mundo. Ela vira um espaço onde cada criança é enxergada na sua individualidade, onde todo mundo aprende junto, no seu tempo, do seu jeito.
E sim, ainda falta muito, mas cada conversa, cada troca, cada mãe que não se cala, cada educador que escolhe fazer diferente… tudo isso vai abrindo caminho pra essa transformação acontecer.
E agora, te pergunto: qual é o seu papel nessa mudança?
Se você é mãe, pai ou responsável, busque informação. Conhecer os direitos do seu filho é o primeiro passo. Se você é educador, olhe pra sua sala e reflita: ela tá preparada pra todo mundo? Ou só pra quem se encaixa no molde? E se você é parte da comunidade, fale sobre isso, compartilhe, não normaliza a exclusão.
Acompanhe o Inclusão em Ação e vem comigo construir um espaço onde toda criança tenha direito de pertencer, de aprender, de ser vista e amada do jeitinho que ela é. A inclusão não começa na escola. Ela começa na consciência. E começa agora.
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